o túmulo do fanatismo

31-07-2013 16:31

por ubaldino de barros.

 

Em O Tumulo do fanatismo, Voltaire  diz, que a única preocupação  daqueles que estiveram na direção das seitas, era enriquecer e  deixar o povo na miséria, porque estes líderes eram trapaceiros, gananciosos  e perseguidores sanguinários, quando na realidade, deveriam estar isentos destes vícios, e se preocuparem apenas de entregar as preces dos fiéis a Deus (VOLTAIRE, 2006, p.7/8).

Ao estudar a historia, Voltaire diz ao seu leitor, que os árabes foram os primeiros povos a criarem fábulas mitológicas. O povo judeu, se originou de uma tribo de árabes errantes, e criaram o judaísmo, cujas bases religiosas foram plagiadas dos árabes (Id., p.12;138).  O culto judeu, já se inicia intolerante, porque a comemoração da Páscoa não era apenas para celebrar a fuga do Egito pelo Mar vermelho, mas também para comemorar a morte de todos os primogênitos egípcios, que foram degolados pelas mãos de Deus (Ibid., p.15). No Velho testamento, Deus fez com que o Sol e a Lua parassem, para que os judeus tivessem um dia a mais para matar os inimigos (Ibid., p.29),  porém este mesmo Deus, não os livrou do Império Romano, fazendo-lhes de escravos (Ibid., p.35). 

De acordo ainda com os escritos de Voltaire, os judeus enquanto permaneceram cativos no Império Romano puderam erigir suas sinagogas e  circuncidar seus filhos. Os magistrados romanos eram tolerantes com todas as seitas, desde que nenhuma quisesse dominar a outra, com isto o Império viveu em constante paz (Ibid., p.107). No final do segundo século, o judaísmo já tinha dado origem ao cristianismo, que ao se desenvolver adotou as mesmas fábulas e a intolerância judaica, porque mandava queimar vivo, aquele que professasse qualquer outra fé (Ibid., p.25).

 

A seita cristã foi a única, no final do século de nossa era, ousou dizer que queria a exclusão de todos os ritos do império e que ela devia não só dominar, mas esmagar todas as religiões. (Ibid, p.108).

 

 

Gradativamente o cristianismo foi crescendo e os papas tornando-se senhores da Europa, porque usaram a religião como arma, para derrubar imperadores, reis. Não se expandiram mais, porque no século VII, os mulçumanos os expulsaram de Constantinopla, Ásia, África e de uma boa parte da Europa (Ibid, p.147;149). Voltaire, afirma que o cristianismo provocou cruzadas, massacres, como a Noite de são Bartolomeu, derramamentos de sangue na Irlanda do Norte, na França, e o tribunal da inquisição, nem reis, como Carlos I, foram poupados da morte em cadafalsos (Ibid, p.76;152).   Voltaire inconformado disse:

Que dizer do Tribunal da Inquisição, que subsiste até hoje? Os sacrifícios de sangue humano que tantos condenam nas antigas nações foram mais raros que aqueles com que os espanhóis e os portugueses se macularam em seus atos de fé (Ibid, p.153).

 

 

            Voltaire termina o livro dizendo que foi uma pena que os homens durante tanto tempo acreditassem no Cristianismo,  que se mostrou  uma seita intolerante, cujos representantes se assemelharam a carrascos, ora submetendo os cidadãos à fogueira, à mendicância, outros foram molestados e seus corpos jogados em valas, sem contar os príncipes que foram ou assassinados ou destronados. Para conter tal absurdo seria necessário esclarecer os leigos, para livrá-los das influências dos padres (Ibid., 158/159).

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